Apesar de todos os pesares, de todos os tombos, de todas as decepções, de todas as recaídas, de toda essa confusão mental e emocional em que me encontro totalmente desnorteada; apesar de sentir a real vontade de sumir várias das vezes em que não me encontro no controle daquilo que pra mim é o mais importante, meus pensamentos; apesar de tudo, eu ainda sinto um prazer enorme de estar aqui, de ser rodeada por quem eu sou, de sentir o que eu sinto, de demonstrar o que eu quero, o que eu preciso, de viver!
E isso tudo é tão estranho, pois os sentimentos se misturam, e a reação química é tão explosiva e confusa quanto os compostos que são misturados. É como se misturasse o ódio e o amor, a felicidade e a tristeza, o prazer e a dor, tudo de uma vez só e fizesse um suco gostoso de ser saboreado. E a sensação dele descendo por entre minhas glândulas salivares e todo o resto do meu sistema digestório é tão intrigante, indescritível.
Assim, mais uma vez, e disso não me canso, me sinto de bem com meu próprio eu, me sinto prestes à ter um colapso de sentimentos misturados e sem forma definida. E penso que, resumidamente, minha vida é um quadro de pintor famoso, não tem forma concreta, não é bonito, nem feio. É abstrato e sempre pronto para mais uma pincelada ou um ajuste qualquer, por que não.
Vida: pode vir quente que eu estou fervendo!