26 outubro 2010

Indecisão

 Donde estás?! 
 Minha confiança se perdeu dentro de mim e resolveu acomodar-se no lugar mais esquisito que encontrou, o legítimo lugar óbvio que ninguém enxerga.
 Antes me considerava alguém decididamente decidida, aos quatro anos de idade decidi com quantos ia largar o bico e também a mamadeira. Lembro-me perfeitamente que o bico era aos cinco anos e a mamadeira aos seis. Eu os fiz. Sofri muito, talvez tenha sido a primeira vez que sofri na vida, mas não pedi para a mamãe dá-los à mim e ela, sempre muito mãe, não os ofereceu e me deixou atuar minha tão decidida decisão aos quatro anos.
 O tempo passa, o meu passou rápido demais para mim. Sempre tive como certeza viver cada minuto da minha vida como se fosse o último, mas acredito que todas as pessoas que pensaram assim até hoje, se pararem para pensar realmente bem, vão achar que mesmo assim faltou um algo a mais em suas vidas. O problema de querer viver demais é não saber dizer que tudo foi vivido e sempre querer mais e mais. Chama-se sede insaciável pela vida. Eu sofro deste mal, ou bem.
 Na atual circunstância eu não sei o que quero, o que decido, o que procuro, se já achei, se estou feliz/triste, se estou perdida. Aliás, talvez a minha unica certeza é a de que estou perdida. Agradeço todos os dias por decidir que faculdade cursar desde o 1º ano do ensino médio, pois se a decisão tivesse de ser tomada agora, eu estaria em dúvida entre artes cênicas e medicina, por exemplo.
 Hoje eu quero, amanhã já não sei. Assim eu tenho levado minha vida, sem saber como andar, se com os pés ou com as mãos. Lealmente aos trancos e barrancos. Ê beleza, como eu mesma diria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário