20 dezembro 2010

O que eu não sei.

 Muitas vezes eu sei, outras nem tanto. Às vezes tenho fome mas não sei o que quero comer, tenho sono mas não quero dormir, tenho sede mas tenho ainda mais, preguiça de pegar a água na geladeira. Às vezes ainda, tenho amor de sobra mas não sei ao certo para quem dar. Às vezes também, tenho orgulho demais e não sei como expulsá-lo de dentro de mim.
 Eu não sei o que eu quero, e a confusão só aumenta quando em um dia tenho certeza, em outro nem tanta, em outro nenhuma. A certeza só cabe à mim quanto ao que sou, mas nem sempre quanto ao que sinto. E isso é confuso demais para o meu entendimento sempre tão aberto e ao mesmo tempo conservador.
 Talvez eu chore demais, talvez eu ria demais, talvez, quem sabe, eu faça os dois demais. Não sei. Se choro demais sinto-me bem por saber que meus sentimentos estão guardados bem demais e que de alguma forma terão de sair, nem que sejam através das lágrimas. Se rio ou gargalho demais sinto-me livre de todo o mal, como se Deus entrasse em mim através destes atos e me fizesse crer num mundo nem tão perfeito, mas perto disso.
 Mas e quem disse que a vida é cheia de certezas?!
 Mesmo que seja confuso, mesmo que seja doloroso não saber o que se sente, não quer dizer que sou má, que não possuo sentimentos. Pelo contrário, mostra que eles estão aqui dentro de mim. Eles só precisam ser interpretados e, entendidos.

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