Logo que recebi a notícia tão esperada e, ao mesmo tempo, tão cortante, estava eu em uma das incontáveis noites em que rezava para que você não ficasse com ninguém e falava para que você pegasse todas, à escutar a musica 'Please don't leave me' da cantora Pink. É óbvio, ou não, que para a pessoa que me deu a notícia horrenda eu apenas disse: Que seja feliz o infeliz. Mas antes mesmo da linha cair o pranto já havia cortado o silencio do meu quarto e as lágrimas logo começaram a sair muito desobedientes dos meus olhos.
Dias sim eu escutava a bendita musica e algo me chamava a atenção naquela letra. Nela, eu me vejo chorando em meio a escuridão tão arrependida pelos atos, palavras e atitudes que tive com você. E então, só para constar, acho tão ridículo e aceitável quando você joga na minha cara que lembrou de mim ao escutar uma musica que dizia agora chora, pois me perdeu. Algo do tipo, que seja.
Odeio o modo como você me olha e como age quando esta perto de mim, mesmo que seja com as outras pessoas. Por quê mesmo sem te olhar eu sinto você me provocar? Seria mera paranoia? Quem sabe.
Sinto que minha vida é um eterno caos desalinhado. Alterno entre o odiar-te e o amar-te com muita inconstância. E para lhe dizer a verdade eu só queria mesmo que você conversasse comigo uma única vez sobre nós, sim, sobre aquele que nunca existiu.
Seria mais fácil se você falasse a verdade. Se dissesse o não que nunca me disse. Se dissesse que fui apenas mais uma das tantas. Se deixasse de me olhar daquela forma. Se deixasse de rir daquele jeito. Talvez, se desaparecesse, mas isso nem em sonho. Até porque eu não suportaria.
E eu escrevo para as paredes, muitas vezes sem parar, até que meus dedos cansem e o teclado implore piedade por tanta melancolia e depressão. Você? Se quer sabe e lembra que eu existo. Que pena. Para mim, é claro.
Quando eu lhe disse o primeiro não realmente levado até o fim foi meramente um mecanismo de defesa que tenho treinado todos os dias quando meu ser reflete no espelho. NÃO. Penso em você, sinto teu cheiro. NÃO. Amo teu jeito, teus incontáveis defeitos. NÃO. Definitivamente não.
Consegui pôr ele em pratica e uma euforia logo tomou conta de mim, consegui, pensei eu feliz. Foi tão passageira que mau dei 5 passos já havia me arrependido por completo, já sentia uma vontade imensa de levar uma surra daquelas ou simplesmente de me virar e sair correndo atrás de ti, do teu abraço, do teu sedutor e incomparável toque.
Hoje vejo que mesmo sofrendo, sofrendo menos estou. Pois, acredite ou não, nada se compara à dor que sinto logo que encosto em ti, beijo teus lábios. Assim, enquanto não pudermos conversar sobre aquele que nunca existiu, o nós, eu fico por aí vagando. Fazendo muita besteira sem tamanho. Me arrependendo a alma, que por sinal, deixou de ser pura desde os tempos de cria.
Eu sei, você disse: Quero conversar contigo e, mesmo assim, eu disse não. Mas, seria então a conversa que sempre esperei e recusei? Acredito que não. Espero que não.
Deixe estar. Uma hora há de passar, há de acabar assim: Zefini.